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ARTIGOOs diafragmas do corpo humano

26/05/2021

A palavra diafragma tem origem grega, e significa “separação, parede”. Por isso foi escolhida para batizar o músculo diafragma, que separa a cavidade abdominal da cavidade torácica.

Anatomicamente, somente este músculo, grande responsável pela função respiratória, recebe o nome de diafragma. Porém, funcionalmente, reconhecemos a existência de outros diafragmas no corpo humano.

O que é um diafragma?

Os diafragmas do corpo humano são estruturas formadas por tecido conectivo, com fibras de colágeno e elastina, e também por fibras musculares. O diafragma torácico é considerado como um único músculo, mas em outros casos é a junção de várias estruturas que formam a estrutura do diafragma. Por exemplo, no caso do diafragma pélvico é a junção dos vários músculos do assoalho pélvico, juntamente com outras estruturas fasciais, que formam o diafragma.

Os diafragmas são parte do grande sistema fascial que forma a estrutura do corpo humano. Possuem orientação transversal, enquanto as outras grandes redes fasciais organizam-se verticalmente. Por isto, os diafragmas são responsáveis por interligar as grandes cadeias fasciais verticais.

Possuem uma estrutura curva, em forma de cúpula, e delimitam as cavidades do corpo humano. O diafragma cérvico-torácico, por exemplo, forma o limite superior da cavidade torácica, o diafragma pélvico forma o limite inferior da cavidade abdominopélvica.

Anatomia dos diafragmas

Como já dissemos, a estrutura de um diafragma é formada por tecido conectivo e muscular. Às vezes em uma estrutura única, outras vezes constituído pela junção de várias estruturas.

Todos os diafragmas delimitam cavidades, que precisam se comunicar entre elas, e para isto possuem hiatos, orifícios, para a passagem de estruturas verticais. O diafragma torácico, por exemplo, apresenta um orifício para a passagem do esôfago, outro para a passagem da artéria aorta, e outro para a veia cava. O diafragma pélvico possui uma abertura para o ânus e outra para a uretra; no caso da mulher ainda há outra abertura para o canal vaginal, que se comunica com o útero. O diafragma cérvico-torácico dá passagem à traquéia, esôfago e importantes feixes vásculo-nervosos.

As cúpulas diafragmáticas se inserem no arcabouço ósseo à sua volta. No caso do diafragma torácico, suas fibras se inserem nas costelas inferiores, no esterno e também tem comunicação com a coluna vertebral e com músculos, como o ílio-psoas, por meio dos pilares do diafragma. O diafragma craniano se insere nos ossos esfenóide, temporais e occipital. O diafragma pélvico se insere nos ossos ilíacos e sacro. Portanto, os diafragmas possuem uma relação estreita com as estruturas do esqueleto axial.

Além disto, a cada diafragma corresponde um plexo neurovegetativo. Podemos ver como os diafragmas estão intimamente relacionados, anatomicamente, com o sistema nervoso autônomo, com o sistema esquelético, com estruturas vasculares – arteriais, venosas, linfáticas - e viscerais, e formam parte importante do sistema miofascial que estrutura o corpo humano.

Anatomicamente os diafragmas dividem o corpo humano em suas cavidades, e são estruturas de transição, divisão e interligação entre elas.

Quais são os diafragmas?

Os diafragmas são em número de quatro (há autores que consideram 5 diafragmas, incluindo o osso hióide e suas conexões miofasciais também como um diafragma). Leia abaixo quais são eles, e detalhes sobre a sua constituição:

Diafragma craniano:

É formado essencialmente pelo tentório do cerebelo, que se insere nos processos clinóides do osso esfenóide, nos ossos temporais e no occipital.
Apresenta concavidade antero-inferior.
Possui um hiato para a passagem do tronco cerebral e outras estruturas.
A tenda da hipófise faz parte do diafragma craniano. A hipófise é o início do sistema neurovegetativo, chamada de “plexo dos plexos”.

Diafragma cérvico-torácico:

É formado pelas cúpulas pleurais, que são o topo da fáscia endotorácica reforçada pelas fibras dos ligamentos: pleuro-vertebral, pleuro-transversal e costo-pleural.
Insere-se no manúbrio do esterno, 1ª costela e nas vértebras C7 e T1.
Apresenta convexidade cefálica.
Possui hiato para passagem da bainha visceral do pescoço.
Está relacionado aos dois gânglios cérvico-torácicos (estrelados), situados próximo aos processos transversos de C7 e T1.

Diafragma torácico:

Formado pelo músculo diafragma costal. Em seu centro apresenta uma grande faixa de fibras conectivas chamada de “centro frênico”, rodeada por fibras musculares.
Apresenta convexidade cefálica.
Insere-se no esterno, nos 6 últimos arcos costais e nas vértebras L1, L2 e L3.
Possui hiatos para a passagem da aorta, esôfago e veia cava inferior.
Está relacionado ao plexo celíaco.

Diafragma pélvico:

Suas paredes são formadas pelas fáscias dos músculos levantador do ânus, ísquio-coccígeo e piramidal, pelas membranas obturadoras e ligamento sacroccígeo anterior. Seu fundo é formado pelas fáscias dos músculos superficiais e profundos: ísquio-cavernoso, bulbo-esponjoso, glúteo máximo. Os tendões destes músculos convergem para o centro do diafragma e formam o tendão central do períneo.
Insere-se anterior e lateralmente nos dois ossos ilíacos e na sínfise púbica, e posteriormente no cóccix.
Apresenta convexidade caudal.
Está relacionado ao plexo hipogástrico.

As cavidades do corpo humano

Os diafragmas dividem o corpo humano em cavidades. Estruturas vitais estão contidas nestas cavidades, como as vísceras, glândulas, sistema nervoso central, etc. São elas:

Cavidade craniana: situada entre os ossos parietais e o diafragma craniano.
Cavidade cérvico-torácica: situada entre o diafragma craniano e o diafragma cérvico-torácico.
Cavidade torácica: situada entre o diafragma cérvico-torácico e o diafragma torácico.
Cavidade abdominal (ou abdominopélvica): situada entre o diafragma torácico e o diafragma pélvico.

A função das estruturas vitais contidas nas cavidades depende do equilíbrio e da comunicação entre as cavidades, e as estruturas responsáveis por isso são os diafragmas. A integridade estrutural dos diafragmas é necessária para que cumpram adequadamente suas funções, e por isto os diafragmas são “peças chave”, “encruzilhadas”, na organização global do sistema fascial que estrutura o corpo humano. O reequilíbrio deste sistema precisa, obrigatoriamente, passar pela avaliação e tratamento dos diafragmas.

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