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ARTIGOTratamento Osteopático Global (GOT)

18/03/2021

Tratamento Osteopático Global (GOT)

Conhecido, como G.O.T., do inglês General Osteopathic Treatment, também é chamado de Body Adjustement.

O Tratamento Osteopático Global é uma abordagem de avaliação e tratamento, com raízes nos princípios fundamentais da Osteopatia. Faz parte da filosofia terapêutica da “Osteopatia Clássica”.

Consiste em uma sequência ordenada de técnicas manuais aplicadas em: extremidades, pelve, coluna vertebral (lombar, torácica e cervical) e caixa torácica. As técnicas são organizadas em um protocolo, com uma sequência de técnicas na posição de decúbito dorsal, depois decúbito ventral, decúbito lateral e na posição sentada.

A ordenação das técnicas em um protocolo é muito útil, primeiro para o aprendizado das técnicas, que devem ser repetitivamente treinadas para que se adquira a necessária precisão. Também serve para organizar o processo de avaliação global do paciente, evitando que alguma área importante seja negligenciada. E, por último, ajuda também o osteopata a organizar o tratamento.

Porém, a Osteopatia considera a individualidade de cada pessoa e cada caso, em cada momento, e por isto não faz sentido aplicar um protocolo rígido, repetido da mesma forma em todos os pacientes. O GOT é uma “linha mestra” de tratamento, que deve ser adaptada à necessidade individual de cada paciente, e de cada sessão de tratamento.


História

As técnicas do GOT são aplicadas desde o princípio da Osteopatia, com Andrew Taylor Still. Foram levadas para a Europa por John Martin Littlejohn, aluno de Still, que criou a British School of Osteopathy (hoje University College of Osteopathy), primeira escola de Osteopatia da Europa. E foi John Wernham, aluno de Littlejohn, o responsável por organizar o método do GOT, ajudando a difundir esta técnica clássica por todas as escolas européias.

A Osteopatia nasceu como uma “medicina alternativa”, oposta aos princípios de tratamento medicamentoso da medicina alopática, e em seu princípio era em grande parte voltada para o tratamento de diversas doenças como pneumonia, difteria, asma, doenças cardiovasculares, problemas digestivos, intestinais, estomacais, hepato-biliares, renais, bem como febre e doenças infecciosas. As técnicas do GOT eram então utilizadas para esta finalidade.

Com o passar do tempo, e com a modificação que a Osteopatia sofreu na Europa, os tratamento passaram a ter um enfoque maior nos problemas musculoesqueléticos, alterações posturais, dor, etc. Mas ainda hoje os osteopatas que trabalham com a linha ‘clássica’ propõe condutas terapêuticas baseadas no protocolo do GOT para o tratamento de várias doenças.


Definição

“Sequência ordenada e coordenada de técnicas articulares de alavanca longa, que permite o diagnóstico e o tratamento de zonas de restrição na coluna e nas extremidades por meio da mobilização das articulações e do relaxamento dos tecidos moles.”
(HÉMATY F. Le T.O.G. Du traitement ostéopathique général à l’ajustement du corps. Vannes: Sully, 2001.)

 

“O GOT é um protocolo de tratamento que engloba toda a estrutura do corpo em relação a sua função fisiológica. Em outras palavras, utiliza forças corretivas articulares para influenciar a correlação entre suprimento sanguíneo e nervoso. Ao falar de suprimento sanguíneo podemos estender isso aos sistemas de drenagem, linfático e venoso. Para muitos, não há forma melhor de tratar a estrutura e a função de cada paciente individual do que com um protocolo corporal global.” 
(PARSONS J, MARCER N. Osteopathy: models for diagnosis, treatment and practice. Elsevier Churchill Livingstone: London, 2006.)

 

Objetivos

O objetivo primeiro, e maior, do GOT, assim como deve ser o de todo tratamento osteopático é o de restaurar a homeostase. Com base no princípio osteopático da autocura, o tratamento pelo GOT busca identificar restrições na estrutura do corpo e liberá-las, para que assim possa se restabelecer a livre circulação (de fluídos, impulsos e energia) e o consequente equilíbrio das funções bioquímicas, celulares, endócrinas, autonômicas, e outras.

O reequilíbrio da fisiologia permite ao organismo utilizar seus mecanismos de autocorreção, e assim recuperar o estado de saúde do organismo.


Efeitos

  1. Circulatório: pode-se dizer que o maior efeito do GOT se dá a nível da circulação de fluídos: sangue – venoso e arterial, linfa, líquido intersticial, líquido céfalo-raquidiano, etc. A melhora circulatória, revertendo estados de estase líquida, diminui sintomas e colabora para a recuperação da função dos diversos tecidos corporais.
     
  2. Nervoso: “Todo nervo deve estar livre para cumprir sua função” (A.T. Still). O tratamento osteopático deve buscar eliminar obstáculos ao livre e completo funcionamento do sistema nervoso. Eliminando as restrições de movimento por meio das técnicas do GOT recuperamos as propriedades mecânicas do sistema nervoso e otimizamos o seu funcionamento.
     
  3. Autonômico: as técnicas do GOT são suaves, confortáveis e rítmicas, gerando um profundo relaxamento a nível dos tecidos moles. Por serem aplicadas ao corpo todo, acabam por causar um relaxamento global do paciente, resultado do efeito sobre o sistema nervoso autônomo. Assim, contribuem também para o restabelecimento da fisiologia dos mais diversos órgãos e tecidos, bem com propiciam bem estar ao paciente, diminuição da ansiedade, melhora do sono, disposição, entre outros benefícios.
     
  4. Biomecânico: ao mobilizar as estruturas moles e articulares as técnicas do GOT identificam e liberam restrições de movimento, contribuindo para o equilíbrio da biomecânica musculoesquelética.
     
  5. Postural e proprioceptivo: a mobilização global do corpo gera um grande estímulo ao sistema proprioceptivo, o que, juntamente com o relaxamento dos tecidos e liberação das restrições, contribui para o equilíbrio postural.


Técnicas

As técnicas empregadas no GOT são mobilizações com uso de alavanca longa, sempre com uso de rotações, e de forma rítmica.

Não são técnicas voltadas especificamente para um tipo de tecido ou estrutura, ou para uma determinada articulação. As técnicas avaliam as restrições globais de movimento, em todos os tecidos, e os mobilizam conjuntamente. Várias articulações são mobilizadas em conjunto, em uma mesma técnica.

Organizado em um protocolo, que fornece um roteiro geral para a avaliação e o tratamento, as técnicas do GOT requerem do osteopata grande prática. É necessário repetir diversas vezes as técnicas para afinar a sensibilidade manual e atingir o nível de precisão necessário para o sucesso no tratamento. Esta repetição e contínuo desenvolvimento das habilidades manuais é denominada “rotina”.

Os princípios técnicos fundamentais do GOT são, então, os “3 Rs”:

  • Ritmo
  • Rotação
  • Rotina

As técnicas, que servem tanto para avaliação como para o tratamento, são organizadas em protocolos que vão desde os pés até a cervical. Estes protocolos não são rígidos, podem ser modificados de acordo com a necessidade de cada paciente e de cada sessão.

Para atingir os objetivos maiores do tratamento, as técnicas deverão cobrir a globalidade do corpo, e seguir os princípios já descritos do GOT. Respeitando-se estas regras, técnicas podem ser adicionadas, suprimidas ou substituídas, dando ao osteopata a flexibilidade de adaptação conforme o caso.

O tratamento é realizado em decúbito dorsal (protocolo inteiro, dos pés à cervical), depois em decúbito ventral, decúbito lateral, e finalizado na posição sentada.


Uma valiosa ferramenta de avaliação

Em primeiro lugar, o GOT dá ao osteopata uma forma organizada e sistemática de obter uma avaliação global do corpo, como deve ser toda a avaliação osteopática.

Muitos osteopatas se utilizam da anamnese para mapear as queixas e criar hipóteses sobre as possíveis restrições que as estão causando. Baseado nisto direcionam o exame para aquelas regiões e estruturas que suspeitam possam ser as causas dos sintomas.

Embora muito utilizada, esta abordagem não segue fielmente os princípios osteopáticos. As disfunções, e seus consequentes sintomas, são causadas por um desarranjo geral da ergonomia do corpo, e as restrições que colaboram para isto podem estar em várias regiões e estruturas. E sempre haverão restrições fora da região sintomática.

Uma verdadeira avaliação osteopática deve procurar, no corpo todo, onde existem restrições ao movimento que perturbam o equilíbrio da estrutura. E o GOT fornece um excelente método, organizado e confiável, para uma avaliação completa e osteopática.

Mesmo que a técnica de tratamento que venha a ser empregada seja outra, o protocolo do GOT oferece ao osteopata um valioso meio de mapear as estruturas que necessitam de tratamento, baseado no exame do corpo, indo além das hipóteses teóricas levantadas pela anamnese.

Assim, o GOT pode ser o protocolo básico de avaliação de todo osteopata, e pode ser utilizado em todas as sessões de tratamento.

 

Uma valiosa ferramenta de tratamento

As mesmas técnicas empregadas para avaliação são utilizadas para o tratamento, bastando apenas repetir um número maior de vezes e/ou concentrar o movimento enfatizando a região e/ou direção restrita.

Portanto, o GOT também dá ao osteopata uma ferramenta de tratamento verdadeiramente global. Sendo o maior objetivo do tratamento osteopático a livre circulação (de fluídos, de impulsos nervosos, de energia), um tratamento realizado a nível local não irá alcançá-lo.

E quando falamos de otimizar a circulação não falamos apenas de desobstruí-la, mas também de potencializá-la, estimulando o seu movimento. Por isto, é importante mobilizar até mesmo as regiões e estruturas onde não se percebe uma restrição clara de movimento, pois a sua mobilização levará um estímulo da circulação, potencializada pela liberação das restrições em outros locais.

Quando se pensa em circulação é imperativo que o tratamento seja global e abrangente, e não local e específico.


Quando usar?

A utilização do GOT é vasta, e se pode dizer, sem qualquer receio, que ele é útil para todos os casos tratados pela Osteopatia. Mas vamos citar algumas condições que podem se beneficiar muito deste tratamento.

  1. Dores musculoesqueléticas. Articulares, miofasciais, vertebrais, das extremidades, principalmente nos casos de pacientes que apresentam várias dores em diferentes locais do corpo. Muitas vezes o GOT elimina totalmente as dores musculoesqueléticas, e outras vezes irá eliminar as dores mais leves e superficiais, para que o tratamento das dores persistentes seja complementado com técnicas específicas.
     
  2. Transtornos de ansiedade e estresse. O GOT promove um poderoso relaxamento global do corpo, relatado por todos os pacientes. Tem uma profunda ação sobre o sistema nervoso autônomo. Propicia melhoria em todos os sintomas que compõe os transtornos de ansiedade e estresse, como insônia, alterações cardiovasculares e respiratórias, impotência sexual e diminuição da libido, broncoespasmo, alterações da pressão arterial, dos níveis de glicose e colesterol, alterações digestivas, entre várias outras. Contribui para o equilíbrio emocional e a melhora do raciocínio e concentração. Vários estudos concentram investigações sobre estes efeitos do GOT.
     
  3. Problemas circulatórios. De todo tipo.
     
  4. Pacientes agudos e/ou idosos. Em condições em que outras técnicas não são possíveis, devido ao estado agudo dos sintomas do paciente, as técnicas do GOT poderão ser empregadas, em muitos casos. Pacientes idosos podem se beneficiar bastante destas técnicas. Por serem suaves e não traumáticas, são muito úteis para pacientes severamente limitados.
     
  5. Como preparação para um tratamento específico. Muitos casos podem requerer técnicas específicas: articulares, miofasciais, viscerais, cranianas, e outras. Para estes casos a utilização do GOT, mesmo que não em seu protocolo integral, potencializa os resultados das técnicas específicas, diminui a quantidade necessária de manipulações (torna o tratamento específico mais rápido) e colabora para a manutenção dos resultados.
     
  6. Como complementação de um tratamento específico. Quando a opção de tratamento for com outra técnica, específica, o uso do GOT ajuda a tornar os resultados de tratamento globais e sistêmicos, potencializando os efeitos do tratamento específico.
     
  7. Como manutenção. O GOT é excelente para sessões de manutenção, quando o problema agudo já está resolvido. Ajuda a evitar a recidiva, mas também, por meio de seus efeitos circulatórios, nervosos e autonômicos, potencializa o estado de saúde, funcionando como um preventivo. Como já citado, ajuda no relaxamento e na diminuição dos níveis de estresse e ansiedade, além de ser muito bem aceito pelos pacientes pela sensação de bem estar que propicia.

 

Contra-indicações

De forma geral não há contra-indicações ao GOT, mas o bom senso sempre deve imperar na indicação de qualquer tipo de tratamento. Assim, algumas condições sempre colocarão em dúvida a utilidade deste tipo de tratamento, tais como:

  • estados inflamatórios muito agudos;
  • estados pós-traumáticos e pós-cirúrgicos, quando não se tem a certeza sobre o estado atual de cicatrização dos tecidos;
  • próteses articulares – neste caso a contra-indicação pode ser apenas para o membro onde existe a prótese;
  • em qualquer situação onde o tratamento osteopático não seja útil.

O GOT é o tratamento osteopático mais antigo, que atravessou mais de um século obtendo resultados e provando sua utilidade. Não se trata de uma panacéia, mas tem uma vasta aplicabilidade, para um número muito grande de condições clínicas.

Pode ser utilizado como avaliação, como ferramenta principal de tratamento, ou como método auxiliar. Por isto, deve ser considerado como possibilidade em todos os tratamentos osteopáticos.

Além disto, é uma forma organizada de trabalhar, que fornece um roteiro principal para tratamento, ainda mais importante para o osteopata iniciante. Mas também oferece possibilidades de alterações, que o osteopata irá realizando conforme domina o seu uso e aumenta sua experiência clínica.

É indispensável que todos os osteopatas tenham domínio deste recurso, que é uma forma de tratamento fidedigna aos princípios fundamentais da Osteopatia. E que pode também ser de grande utilidade para outros profissionais que se utilizam do tratamento manual em uma perspectiva holística, naturopática e global.

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